segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um silêncio e um exagero - falta a coragem

"Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado. Esse
silêncio todo me atordoa e atordoado eu permaneço atento"... (Chico e Milton, em Cálice)


O silêncio as vezes me irrita, sabe como é, me faz duvidar das certezas que tenho.
Ao mesmo tempo em que há situações em que o silêncio é essencial e necessário...
Falar demais - pecar pelo excesso --
Falar de menos - pecar pela omissão --
A dicotomia é uma agonia, mas por si só é rica, faz-nos refletir...
Falo em primeira pessoa, pois a pequena cá repousa. Hj falo por mim!
Sim, sou contra a Censura, o AI 5, tanques de guerra, ditadura, excessos de poder, mordaças, injustiças, pois ainda me resta a #QualidadeDefeito de me indignar...
As vezes também me revolto com a censura do ser. A auto censura! Cercear as emoções, a essência de cada um e ainda os sentimentos.
Punir e maltratar o corpo e alma por causa das dúvidas e medos que nos perseguem! Por que não deixar livre também a expressão do coração aliada a da fala...
No entanto, dar asas libertas ao coração pode custar caro. Isso é um risco...
Ou que sabe, diria coragem...
Que muitas vezes falta, faz falta e damos por falta... Pode ser uma escolha, um medo, uma defesa.. Cada um sabe como é e aonde pode ir...
É como sempre digo, ainda tem pão doce! A Bahia é logo ali e Paris, em um minuto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Delícias e dores de ser o que é

Hoje acordou mais cedo que o costume e ficou a matutar suas angustias cotidianas. Seus traumas e medos parecem cada vez mais atordoá-la e fazê-la duvidar. Titubear em suas decisões e as vezes arrepender-se de suas escolhas. Arrepender-se de suas atitudes.
Afinal de contas o que seria um bom sinônimo de arrependimento? É track, É trash, é tra tra tra tra tra. A sensação de arrepender-se por si só é uma sensação contraditória. Afinal, preste atenção: Se sua escolha não resultou naquilo que você esperava, você logo se enche de culpa e suspira “Ah se eu tivesse feito diferente” . No entanto, quem sabe o resultado de sua escolha, mesmo não sendo a que você esperava, seja o melhor resultado que você poderia ter, mesmo que demore anos para perceber isso.
Por isso, apesar de todas as suas nóias e paranóias, teima em não acreditar em coincidências. Certas coisas acontecem por que tem que acontecer. Você é uma pessoa num tempo e num espaço, assim como o outro que por perto está nesse momento é outra pessoa num mesmo tempo e espaço que você, que compartilha, ora juntos, ora separadas, esse tempo e espaço.
Li em algum lugar que o ser humano é social ao mesmo tempo em que individualista. Uma frase um tanto repetida e de várias maneiras por ai. Tal clichê não deixa de ser verdade, afinal ao mesmo tempo em que precisamos estar bem com o outro, conviver com o próximo – uns mais próximos e outros nem tanto – precisa-se também estar bem consigo mesmo, conviver com si próprio. Conhecer as delícias e as dores de ser o que é. Saborear os acertos e amargar os erros.
Somos exagerados, muitos por natureza. A pequena costuma exagerar as vezes quase sempre, no tom, na voz, no riso, na piada, na emoção, no sentimento, e por que não nas palavras. Talvez isso não tenha sido uma escolha dela. De qualquer forma, uma coisa é certa: se ela pudesse escolher, optaria pela simplicidade. Pelo simples da vida. Sem acessórios ou enfeites desnecessários. O simples e o essencial, como um sorriso ou um abraço fraterno.
Ela ainda pode escolher! Você também pode! Abra o baú e veja a lua continua bela, o ar não lhe falta aos pulmões e ainda há flores no jardim para se colher.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Seria culpa das mechas, vai saber!

Seria as lágrimas noturnas o motivo dos olhos inchados e tensos da pequena. Talvez a insônia que a incomodava, vez em quando. Vai saber. A realidade era que estava com cara de poucos amigos! Coisa difícil de se ver, não pestanejou e retrucou enraivecida que a culpa era das mechas loiras e mal pintadas. “O fim de um sonho”... Mechas manchadas, questionava? Sim, isso mesmo, teimava. Mas me diga, a finalidade das mechas não seria manchar, literalmente, os cabelos? Vai entender.

Penso que havia muito mais naquela agonia do que apenas os cachos maltrapilhos que a pequena esbanjava naquela manhã. Faltava quem sabe a segurança da mulher, que muitos desacreditavam existir, pois teimavam em afirmar que a pequena não passava de uma menina grande apenas. Talvez isso a estivesse incomodando também. Um palpite.

Contudo, afirmo sem titubear que a pequena, apesar da estatura, teria, quem sabe, uma maturidade prematura tão aguçada que as vezes incomodava ser tão responsável. Por isso, não demorava batia a tal “porralouca” e ela estampava seus defeitos, medos e fraquezas para quem quisesse ver, como cantava o tal poeta “não sou perfeito”. Cantava aos quatro cantos.

Aliás, que perfeição é essa que muita gente procura por ai... O bom da vida são as descobertas, o amadurecimento, a continuidade da vida, aprender a cada dia e ser feliz.


FELIZ FELIZ FELIZ :) :) :) :)


Errar?? E por que não errar??? Erramos sim, e erramos muito... Todos os dias... Assim como aprendemos! É preciso ter a chance de aprender também... Assim como ter a chance de fazer certo... Temos o direito de errar e de ter também uma segunda chance. De tentar mais uma vez e quantas vezes for preciso.

Cada ser é único, não é igual... E nem adianta pensar que será igual. Poderá haver semelhanças! É o que digo pra pequena: as mechas são diferentes, cada uma com seu tom mais ou menos amarelo. As pessoas são diferentes, cada uma com seus defeitos e qualidades.

De qualquer forma, enquanto cá estou a confortar a pequena, releio esse texto em meio aos nexos e antinexos , procurando entender porque comecei a escrever. Uma coisa é certa: Saudades de escrever... Como sabe, uma das coisas que me dá prazer de fato é escrever solto, sem medo. Escrever o que vier na cabeça.

Como agora, quando me lembro da profundidade de um abraço e procuro uma continuidade para fechar esse texto. Talvez escreva sobre esse abraço um dia, sobre algumas sensações que me alertam pro novo velho, e despertam pra outras sem explicação. Escreverei, é fato, quando os pensamentos cá estiverem no seu devido lugar e eu puder voltar de fato.

Quanto às mechas manchadas da pequena, dá – se um jeito. Afinal, o sonho não acabou, ainda tem pão doce... Vamos nessa que Paris é logo ali...