Quis escrever um romance há um tempo atrás, há muito atrás eu diria. Do mesmo jeito que quis dizer coisas, visitar pessoas, conhecer lugar, quis isso, há muito tempo atrás. Mas continuo querendo, inclusive escrever o romance. E assim, sigo o conselho de Mário de Andrade, e vou deixando o tempo para trás e tentando me dedicar às jabuticabas que ainda estão no cesto, ah, e usando muito gerúndio também, afinal, faz parte.
Quis voos altos e ainda os quero. Falta-me coragem! Ou talvez a certeza. No entanto, ultimamente não me nego os voos desde que o pouso seja certo, ou pelo menos que eu faça de conta que seja certo.
Seria como tirar os pés do chão e ficar na pontinha dos pés... Arriscando com cautela.
O ruim disso tudo é saber que na real é complicado se arriscar. Na real é complicado lidar com seus fantasmas, com seus defeitos. Na real, ser real, humano, é inegavelmente complicado. Isso porque na condição de ser humano a gente complica tudo mesmo, faz parte.
Vou sendo assim do jeito que dá! Desejando coisas que a vida talvez não possa me dar mais. Ou talvez até posso só que de outro jeito. Quem sabe?! Ela talvez!
Por isso, sigo praticando aquele exercício do filme (a pequena e sua mania de filmes)... Quando sinto saudades, envio amor e luz, e esqueço! Ou pelo menos tento esquecer...
Mas nessa rota sem rota, nessa estrada sem caminho certo, pedras se esbarram, se topam, se tocam, sem qualquer planejamento! De quem é culpa? De ninguém... Não há culpados! Do mesmo que não há culpados, é preferível que não haja dor, porque senão em quem se colocaria a culpa... Por isso, na dúvida, ou na certeza de eximir-se, o melhor mesmo é não eleger culpados.
E assim desse jeito assim, vive-se, ou na maioria das vezes, tenta-se...
No caso da pequena, ela tem tentando, e conseguido, na maioria das vezes.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
De algum jeito
Odeio algumas lágrimas
que deviam ser invisíveis e não são. Ah, mas deixa elas ai. As vezes ele vem
como a saudade, que pode aperta tanto o peito que faz derramar águas pelos
olhos! Típico daquelas frases de caminhoneiro. Vi muitas assistindo ao filme
maravilhoso, "A Beira do Caminho". Tipo "Quando não se tem nada, a metade é o dobro"... Uma película
linda que me tocou demais.
Com uma trilha sonora de doer,
daquelas dos boêmios românticos apaixonados e desgraçados (quem disse que seria
para todo mundo um mar de rosa). Deu só Roberto, na maioria das vezes... A
história de um caminhoneiro que tenta fugir dos seus fantasmas que encontra
a beira do caminho um menino que, ao contrário dele, tenta se encontrar
consigo, com sua vida, com o pai que nunca conheceu. A relação entre eles é tão
bonita! Vale a pena. Fez-me lembrar Benjamim (O Palhaço) e Gil (Midnight Paris),
que ao contrário do retraído e econômico com as palavras e sorrisos, João, buscam
o combustível que
justifique sua vida sem graça. Gil e Benjamim acabam descobrindo na
simplicidade de seus cotidianos, debaixo dos seus respectivos narizes, a fonte
para continuar seguindo. É certo que para enxergar o que está na cara, suas
fugas foram fundamentais.
João não quer se
encontrar com ele, pelo contrário, quer fugir dele, a todo custo. Seu passado é
torturador! E o pequeno Duda, otimista que é, só quer o aposto de João. E
alegria do menino vai cativando o caminhoneiro aos poucos, até que temos um
final feliz...
Nem vou falar do outro pano de fundo do filme... Que se desenvolve a partir de um triângulo amoroso.... Ative-me aos cenários do filme, a fuga de João e sua relação com Duda.
Meu foco foi aquele aquele cenário de
estradas, postos de gasolinas, e cidades quase esquecidas, que me fez lembrar também
das minhas aventuras (lê-se de trabalho e muito trabalho) que seguem no sentido
Norte/Sul ou Sul/Norte da BR 153 que cruza o estado do Tocantins. Mas isto é
assunto de outros posts.
No entanto, queria ter algo em comum com João, Duda, Gil e Benjamim, queria que nos filmes nos quais eles estrelam, o final pra mim também fosse feliz... De algum jeito!
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Liberdade Oculta
Vi oculto o eclipse e tentei entender qual sinal viria oculto por ali. Se estava oculto, pensei, talvez não valesse a pena tentar entender. Resolvi esperar o dia em que o segredo ali oculto se revelasse para mim, sem motivo aparente ou pressão.
Segui viagem e segui seguindo, foi o que me restou. Fui-me e busca de mim e dos ocultos que atormentavam a minha mente dual, dividida, indecisa. Queria estar ou não podia estar, não estive. Pelo menos agora não podia estar. Estarei um dia! Estaremos!
Conformada, pelo menos por enquanto, aprisionei-me na situação comum e não aceitável de conformar-me sempre. E nisso, o que confortava de fato, era a mínima certeza de libertação futura, por enquanto oculta, mas um dia livre, leve e pública.
Segui viagem e segui seguindo, foi o que me restou. Fui-me e busca de mim e dos ocultos que atormentavam a minha mente dual, dividida, indecisa. Queria estar ou não podia estar, não estive. Pelo menos agora não podia estar. Estarei um dia! Estaremos!
Conformada, pelo menos por enquanto, aprisionei-me na situação comum e não aceitável de conformar-me sempre. E nisso, o que confortava de fato, era a mínima certeza de libertação futura, por enquanto oculta, mas um dia livre, leve e pública.
sábado, 18 de agosto de 2012
Quando pensei!
Conheci um poeta bandido que dizia que “o amor não tem culpa
e nem desculpa, te amo porque sim e só”... Tão simples pensei... Será?! E nesse
pensar, pensei, pensei, pensei! repetidas vezes o mesmo verbo e o mesmo ato.
Cansei de pensar... Poderia ser simples, pensei. Daí volte
mais uma vez a pensar de novo. Desisti de pensar e pensei em ignorar aquilo.
Não consegui. Pensei que estava pensando demais naquilo e resolvi pensar em
esquecer.
Esqueci. Lembrei de novo! Compliquei tudo. Ai, de tanto
pensar, cheguei à conclusão de que pensamos tanto, tanto e tanto e não fazemos
nada. Ou fazemos?
Pensando nisso resolvi agir, escrevi, escrevi, e nisso comecei a pensar no que escrever. Digamos
que de tanto pensar não consegui escrever nada, e então decidi escrever sobre
pensar. Uma boa ideia? Pensei que não.
Daí de descobri, de uma vez por todas, que tudo deveria ser simples, tudo , até mesmo
pensar. Assim como o amor, a amizade, que existem, existem sim, porque sim e
só. Sem culpa ou desculpa. Com todas as formas, cores e modos.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Lágrimas invisíveis
Homem chora por dor e por amor. Sim, todos choramos. Até
mesmo quando não temos lágrimas que validem nossa dor. Lágrimas são
ilustrativas, na maioria das vezes. São exageradas, às vezes, até
desnecessárias. Mas de qualquer forma são lágrimas sejam visíveis ou não. Aquela lágrima que vem de dentro e
fica lá dentro, diríamos (eu e a pequena) que é a pior. Quando a situação não
lhe dá o direito sequer chorar. Quando ela aperta o coração e sufoca de tal
maneira que não há caminhos sequer para ela ganhar o mundo.
Verdades dependem dos contextos. Cada um tem a sua e tem o seu. Temos a nossa. De qualquer forma, não há porque perder tempo em
julgamentos, talvez em conselhos.
Lágrimas escondidas revelam o querer bem e o não querer assumir que erras
de fato.
A troca existe, sempre existirá. Assim como a verdade,
depende do contexto e do que é melhor no momento em que a troca acontece. De
qualquer forma, ser maior que isso faz parte. Chorar com ou sem lágrimas faz
parte. Viver, cair, tropeçar, levantar, aprender, reaprender. Tudo isso faz
parte.
“Quando tá escuro e ninguém te ouve, quando chega a noite e
você pode chorar”. Sim, vamos esperar a noite, pois mesmos visíveis, nossas lágrimas
não serão vistas por ninguém, além de nós (eu e a pequena).
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