terça-feira, 31 de março de 2009

Sangue Latino


"Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa
Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos"

Ney Matogrosso

segunda-feira, 30 de março de 2009



Sábado, trabalho até meio dia, há quase um ano tal feito não se repetia.
Visita a uma amiga, em um intervalo de meia hora, mas fora válido tal visão.
Aula, e quem merece?! Se merece, quem sabe, mas o fato de merecer ou não pode ser mensurado pelo objetivo almejado. Sendo assim, neste caso, poderiam ser as vinte e três horas desse sábado. Por que não as vinte quatro? Por que uma delas fora dedicada especialmente ao nosso Planeta. Ao contrário do professor que proferiu a seguinte frase: "- uma atitude hipócrita e mal formulada, vejam se as grandes empresas, emissoras, e concessionárias farão o mesmo, desligaram as luzes ou deixaram de funcionar". Sem "pingos nos is", retruquei. Não creia-se que seja uma atitude hipócrita, mas sim de protesto, de conscientização. Aliás, é por causa de atitudes hipócritas e pensamentos mediocres como esse que acabamos de ouvir do senhor, que vive-se hoje à mercê de tantos problemas ambientais. - Você tem filhos? Questionei! Oxalá que eles não herdem tais concepções! Isso é, se ele sobreviver e conseguir herdar alguma coisa...

A Hora do Planeta, ao meu ver, foi um ato de protesto contra o aquecimento global. Uma tentativa de chamar a atenção das pessoas em todo mundo para um problema que é de todos. Não esperamos uma resposta rápida, apesar de que as atitudes devam ser modificadas já.
Quantos copos descartável você usa por dia? Que tal usar só um o dia todo, deixe-o em sua mesa. Ou quem sabe adote uma squeezer!
Se você não está na cozinha, por que deixar a luz ligada?
Geladeira não é vitrine!

Muito mais do que economizar energia e diminuir a conta de luz, você pode dar alguns minutos a mais para o nosso planeta...

terça-feira, 24 de março de 2009

Desalento - Chico Buarque

Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim

Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que eu estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for
Por amor
Por favor
É pra ela voltar

Sim
Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu rodei
Que eu bebi
Que eu caí
Que eu não sei
Que eu só sei
Que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz a ela
Que eu entrego os pontos

Para lembrar... desses olhos, sempre olhos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

As águas de todo ano

Ás vezes um pau, vez ou outra, uma pedra... Mas não pode se convencer que seja o fim do caminho. Seja um resto de toco, ou um toco sozinho, ou vários deles juntos. Aliás, deixe-se, seja na vida, no sol, na chuva, na noite, no dia... Não aceite o fim do caminho. Viva e seja! Seja ou que for.. Nessas águas que vêm e que vão sem contas a prestar, simplesmente pelo que balança de ir e voltar. O ano todo e todo o ano, nesse curso sem percurso, se vou sem avisar?!. Chega e para, levanta e anda, voa e viaja, sem contas a prestar. E assim, com essas águas, que em tudo têm muita vida, deixa-se ir. Sobre pensar, que seja pouco, e do viver que seja ou máximo.
E como dizia-nos o poeta: "- São as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração"... Que não só feche, mas abra! Sempre, novas fases! Renove-as como a vida, com toda a promessa que temor por vir.



Com inserções da música Águas de Março, de TOM JOBIM

sexta-feira, 20 de março de 2009

Coisas de recém - formada

Questões, soluções, dilemas e sonhos... pitadas de nervosismo, estresses e risadas... algumas coisas da recém formada...

Primeira impressão: Já é! Quero dizer já sou!!!
Primeira aquisição: uma bicicleta vermelha e de cestinha!
Primeira frase: E agora José?!
Primeira decepção: tive medo, receio, não aceitei um desafio!
Primeira nóia: Não conseguirei abraçar o mundo
Primeiro “mas” : Jamais desistirei de abraçá-lo...
E o cotidiano: abusando do lapis de olho... uma apostila, óculos, uma bolsa de calça, e muitos sonhos...
Cabelo: indefinido!
Metas: definindo!
Vida: É essa que eu tenho, é essa que eu amo.

E uma lista imensurável com reticências, que claro são secretas...

...

"Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão"

segunda-feira, 16 de março de 2009

Era uma vez uma casa, aparentemente sólida, bem alicerçada, que parecia, por assim dizer, suportar qualquer vendaval, terremoto ou qualquer outra trágedia natural que agora não consegueria renomear.
Pois bem, esta casa, além de forte, apresentava um layout belíssimo, dava gosto de ver como os contrastes que a compunham fazia-na ainda mais bela e atraente. Tudo paradoxal, como são as pessoas, semelhantes e diferentes sempre... E dessa beleza que se falava, da beleza da diversidade.
O segredo da solidez e da beleza da casa se resumia numa palavra simples: CONFIANÇA!
Sim confiava e acreditava que a casa era bela e forte e que suportaria tudo...
Até que um dia, alguns tijolos começaram a ruir, não por causa de uma tempestade catastrófica ou coisa parecida, mas pelo contrário, o motido de tudo fora uma brisa leve e serena chamada desconfiança. E assim, sutilmente, estremeceu tudo que havia se construído.

O fim desta história, confesso que ainda não sei... Contudo, acredito na beleza e na solidez das amizades e sei que logo tudo vai se esclarecer. Uma conversa, olho no olho, por exemplo, pode resolver muita coisa. Pois como sempre, em tudo na vida, a pequena acredita em finais felizes.


"Você é meu amigo
Com você não corro perigo
Eu vivo de emoção
Você faz parte da minha viola e da minha canção
Você faz parte da minha viola e da minha canção"


"Musica Amigo, a Armandinho / Esdras Bedai)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Luciola

Alguns trechos desta obra que me cativa desde 12 anos, quando a li pela primeira vez... E que a cada nova leitura, quatro vezes concluída, novos fragmentos e mensagens eu abstraia. (Um texto de José de Alencar)


Trecho do ínicio

"Recebi, pois essa primeira impressão com verdadeiro entusiasmo, e a minha voz habituada às fortes vibrações nas conversas à tolda do vapor, quando zunia pelas enxárcias a fresca viração, minha voz excedeu”.

Trecho do meio

"Sabes que terrível coisa é uma cortesã, quando lhe vem o capricho de apaixonar-se por um homem! Agarra-se a ele como os vermes, que roem o corpo dos pássaros, e não os deixam nem mesmo depois de mortos."

Trecho penúltima página, considero o melhor, essencialmente, entre todos...

"Tenho-a tão viva e presente no meu coração, como se ainda a visse reclinar-se meiga para mim. Há dias no ano e horas no dia que ela sagrou com sua memória, e lhe pertencem exclusivamente. Onde quer que eu esteja, a sua alma me reclama e atrai; é forçoso então que ela viva em mim. Há também lugares e objetos onde vagam seus espíritos; não os posso ver sem que o seu amor me envolva com uma luz celeste. "


A obra "Lucíola", de José de Alencar, é um romance do escritor brasileiro que foi publicado em 1862. Conta a história de Paulo (narrador personagem) e Lúcia (Maria da Glória) ou Lucíola (mariposa da noite). O texto constrói-se em torno de inúmeras metaforas e expõe o tipico perfil do Rio de Janeiro imperial. Críticas ao tal modo de vida são constantes à narrativa de Alencar.

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Quero q a minha vida seja um tango e não uma valsa. Não quero dançar a valsa dos noivos e sim o tango dos eternamentes apaixonados".

terça-feira, 10 de março de 2009

frase do dia...

" Os méritos de um homen,não são avaliados só pelo número de vitórias, mas sim pelo
número de superações e persistência em alcanhaçar um objetivo. Respeito,humildade e
sinceridade não são apenas qualidades, são dádivas."

Engenheiro Clodoaldo Melchior

Sugerida por E.M.S

SECOS E MOLHADOS 1973

"LEVE COMO LEVE PLUMA
MUITO LEVE LEVE POUSA
NA SIMPLES E SUAVE COISA
SUAVE COISA NENHUMA

SOMBRA SILÊNCIO OU ESPUMA
NUVEM AZUL QUE ARREFECE

SIMPLES E SUAVE COISA
SUAVE COISA NENHUMA
QUE EM MIM AMADURECE"


Composição de Joao Ricardo & Joao Apolinario

segunda-feira, 9 de março de 2009



Apresentação de Caetano Veloso e Chico Buarque, em show na década de 80. A letra é de Caetano, dentre as particularidades desta apresentação, destaco uma frase de Chico: "Tem dias que fico pensando, que diabos insisto nessa profissão", palavras ditas pelo cantor quando erra a - díficil e linda - letra de Cateano. "Até parece, Chico".

SOU

"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor."

"Renato Russo" for Cássia Eller

sexta-feira, 6 de março de 2009

um alguem e três desejos

Certa vez, conheci um alguém, que ao acaso, num dia qualquer, numa cidade desconhecida, próximo a um tal coreto, encontrou uma lâmpada. Os nativos disseram a esse alguém que a lâmpada era mágica e que existia uma lenda sobre ela. Todos falavam que durante a virada do ano seria possível descobrir os mistérios escondidos naquela lâmpada.Embora não tenha creditado expectativas no objeto, pensou q não tinha nada a perder e decidiu aguardar o fim do ano. Com o passar dos dias, meses, o certo alguém se esqueceu da tal lâmpada. Nem sequer tinha curiosidade em saber mais o que se passava. Até que no fim do ano, como contaram os nativos um gênio apareceu para ele. Na lâmpada habitava um gênio, que concederia a ele três pedidos. Atordoado, sem saber o que responder, o tal alguém pensou, pensou, pensou. Disse então ao gênio que não saberia o que pedir, aliás, queria tanta coisa. Então o gênio perguntou: - Quais são seus três grandes sonhos?

Isso ele respondeu imediatamente:

"Ser absurda e genuinamente feliz. Construir uma vida com alguém absurda e genuinamente feliz comigo, conseguir mudar a vida do máximo de pessoas pra melhor".

Pronto, disse o gênio. Esses são seus pedidos... Agora cabe a você realizá-los.
O certo alguém logo questionou: - mas vc não deveria realizá-los?

- Não estes, respondeu o gênio. As pessoas costumam me pedir coisas materiais, bens, posições, outras pessoas, isso eu posso fazer. Mas existem coisas que ninguém pode fazer pela gente. Agora só depende de você.

terça-feira, 3 de março de 2009

O quereres de sempre querer

Sim, o quereres de sempre te querer. De sempre esperar algo que inevitavelmente jamais chegará. É um querer sofrido, mas que também é gostoso de querer, de esperar, de imaginar, de sonhar. Trágico e angustiante. Assim é o querer de estar sempre sim.
Quando dizes, penso! Quando tocas, sinto. Mas onde quero a mansidão, tenho a tortura. Onde quero amplidão, eu piso o chão.
Ah bruta flor do querer... Bruta flor, girassol, ipê.
Onde eu busco o espirito, apenas o ato. E tento abraçar o mundo inteiro e deparo-me com um cantinho dele apenas.
E assim, ao "quereres de estares sempre a fim, do que em mim é de mim tão desigual. Faz-me querer-te bem, querer-te mal. Bem a ti, mal ao quereres assim, infinitivamente pessoal. E eu querendo querer-te sem ter fim. E, querendo-te, aprender o total. Do querer que há e do que não há em mim".

"Por que existe sempre em mim"


O Quereres
(Caetano Veloso)

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim