terça-feira, 13 de maio de 2014

Quem ela quer ser sendo quem é!

Lembrou-se, dia desses, de quando procurava borboletas nas flores que cresciam livremente na porta da casa da sua vó. Livres porque ninguém as plantou ali, simplesmente nasceram, cresceram, e ali estavam sem explicação aparente, motivo, ou porquê.

Assim como as borboletas que sempre apareciam. Sem hora certa, pronta, definida. Quando queriam.

E quanto a ela, não sabia dizer se simplesmente nascera, para quê ou por quê! Sabia que ali estava, ansiosa, esperando as borboletas, assim como esperava também o cair de noite, com estrelas e  lua. E conversava com a Lua, com as estrelas. Sobre as estrelas, até imaginava que um dia tivesse sido uma delas. Ou que fosse um dia.

Em muitos momentos, questionou-se sobre o fato de estar em um lugar e não estar em outro. Sobre não ter se conhecido quando devia... Sobre ter feito escolhas erradas até começar a fazer as certas. Mas quem pode ter certeza se são certas ou erradas. Ela talvez! Ela sabe ou finge saber.

É instigante o momento da dúvida. No entanto, pode ser instigante também o momento da certeza! E quando se pode ter plenitude então? Talvez fosse plena quando se perdia nas cores das flores e das borboletas que observava na infância. E quando nada mais existe além de um mundo pleno, onde ela podia fazer o que queria, e dali viajava sem aparatos, apenas com o pensamento.

Mas, as flores deram lugar a calçada de concreto... Quando acordou, suas cores não existiam mais. E nem as borboletas viriam... Depois disso, caiu em si, que antes de serem borboletas, elas eram lagartas. Que eram feias, esquisitas e estranhas. Assim, como ela era vista fora do mundo pleno que criou para si. Por isso preferia o seu mundo, sem que houvesse os julgamentos, com os quais, por muito tempo se importou.

Espero que agora não mais...

Ora lagarta, ora borboleta, ora com flores, vez em quando com espinhos, mas sempre ela mesma. Ou quem ela quer ser sendo quem é...



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