quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um pouco de Scarlet, Gil e Satine... E um recado para mim!

Depois do meu cine house, roteiro que incluiu “E o vento levou”, Midnight Paris e Moulin Rouge, encontrei em seus protagonistas, apesar de bem diferentes, algo em comum: o desejo de realizar seus sonhos. Sonhos bem diferentes, mas sonhos!

Admiro muito a força, a coragem e a determinação de Scarlet O’Hara, personagem eternizada por Vivien Leigh, no longa metragem clássico “E o vento levou” (Gone With the Wind - 1939). O que não quer dizer que concordo com todas as suas atitudes, ela também é instável, mimada e manipuladora. Uma mulher complexa. Mas, sem dúvida, é um exemplo de força feminina, no cenário da Guerra Civil Americana. Scarlet é movida por suas paixões, desejos, amores e desilusões, mas ela não desistiu. Seu amor platônico/obsessivo por Ashely é na maioria das vezes o combustível para sua persistência, porém, seu amor maior, embora não o perceba de fato, é Tara, terra onde nasceu, pois segundo seu pai, “só a terra é um bem que dura para sempre”.

“E o vento levou” é um clássico, e dividi opiniões, considerado por alguns o melhor de Hollywood, também é rotulado como o pior do cinema americano. Não quero emitir opiniões nesse sentido, longe de mim. Mas se o clássico ainda sobrevive desde 1939, alguma coisa tem, oh se tem, boa ou ruim... Talvez, as inesquecíveis cenas, a música, os personagens, o romance como pano de fundo, e o amor, não apenas por uma pessoa, mas por um ideal, uma causa, uma terra. O amor por um sonho!

E o que falar Gil Pender (Owen Wilson), um roteirista frustrado de Hollywood, que sonha em escrever um romance e vai à Paris buscar inspiração. Teria lugar melhor? Talvez não! E apesar da companhia da pseudo noiva insossa, ele consegue se encontrar no velho mundo e eis que está ali sua inspiração. Afinal, tudo pode acontecer na cidade luz. E o que move o protagonista do filme "Meia Noite em Paris" (2010), de Woody Allen (que rendeu duas indicações ao Oscar)? O que? Sua paixão e admiração pela literatura francesa do século XX, pela inspiração que rondava a época, e revelava pintores, escritores, atores, cineastas e toda manifestação artística que nos inspira até hoje.

Gil não queria simplesmente ler sobre a época, muito mais, ele queria viver no século XX, e ao vivenciar aquele período, considerado por ele a “época do ouro”, percebe que os protagonistas daquela época queriam ter vivido em outro tempo passado, e por ai vai. Mas, o que acontece, apesar de tudo, Gil persiste em seu sonho e decide ficar em Paris para escrever seu romance...

O outro filme do roteiro de presentes do aniversário foi Moulin Rouge (Amor em Vermelho – 2001). Esperava mais do filme, não sei, talvez, não consegui absorver muito. Mas o que me chamou atenção no musical não foi o romance conturbado da cortesã Satine (Nicole Kidman) com o escritor Christian (Ewan McGregor), mas a vontade de Satine de realizar seu sonho, ser uma grande atriz, e deixar o submundo dos boêmios para se apresentar num teatro. Penso ainda que o romance com o escritor atrapalhou Satine, mas enfim.

Apesar de se passar no século 19, auge da belle époque, na trilha sonora do filme, tem de tudo um pouco, de Madonna, Beatles, Queen até Nirvana...

Disso tudo, não por coincidência, em cada um desses protagonistas, de épocas diferentes, havia algo único. Todos tinham suas paixões, seus sonhos e teimaram para tentar concretizar aquilo que almejavam. Talvez seja um recado para mim! Ou para nós!

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