quarta-feira, 29 de agosto de 2012

E quando não há culpados?

Quis escrever um romance há um tempo atrás, há muito atrás eu diria. Do mesmo jeito que quis dizer coisas, visitar pessoas, conhecer lugar, quis isso, há muito tempo atrás. Mas continuo querendo, inclusive escrever o romance. E assim, sigo o conselho de Mário de Andrade, e vou deixando o tempo para trás e tentando me dedicar às jabuticabas que ainda estão no cesto, ah, e usando muito gerúndio também, afinal, faz parte.
Quis voos altos e ainda os quero. Falta-me coragem! Ou talvez a certeza. No entanto, ultimamente não me nego os voos desde que o pouso seja certo, ou pelo menos que eu faça de conta que seja certo.
Seria como tirar os pés do chão e ficar na pontinha dos pés... Arriscando com cautela.
O ruim disso tudo é saber que na real é complicado se arriscar. Na real é complicado lidar com seus fantasmas, com seus defeitos. Na real, ser real, humano, é inegavelmente complicado. Isso porque na condição de ser humano a gente complica tudo mesmo, faz parte.
Vou sendo assim do jeito que dá! Desejando coisas que a vida talvez não possa me dar mais. Ou talvez até posso só que de outro jeito. Quem sabe?! Ela talvez!
Por isso, sigo praticando aquele exercício do filme (a pequena e sua mania de filmes)... Quando sinto saudades, envio amor e luz, e esqueço! Ou pelo menos tento esquecer...
Mas nessa rota sem rota, nessa estrada sem caminho certo, pedras se esbarram, se topam, se tocam, sem qualquer planejamento! De quem é culpa? De ninguém... Não há culpados! Do mesmo que não há culpados, é preferível que não haja dor, porque senão em quem se colocaria a culpa... Por isso, na dúvida, ou na certeza de eximir-se, o melhor mesmo é não eleger culpados.
E assim desse jeito assim, vive-se, ou na maioria das vezes, tenta-se...
No caso da pequena, ela tem tentando, e conseguido, na maioria das vezes.

Nenhum comentário: