terça-feira, 2 de março de 2010

O pôr do sol, os patos e os pescados

Apesar dos sonhos, digamos assim, esteticamente não tão belos, sonhados de domingo para segunda, lembrou-se de um sermão que ouviu no domingo, pouco antes de dormir:
- Ninguém é importante o suficiente para estragar o seu dia. Não dê tanto poder ao outro! Você pode começar de novo!

Embora, inconscientemente, guardou consigo aquela fala e com certeza a usaria no decorrer do dia... Mesmo tendo acordado cedo, chegou atrasada ao trabalho. Com sorrisos mil e bom dias (uns sinceros e outros não), ficou também a mil durante a manhã...

Ingênua! Não imaginava!

Das peripécias diárias, entre médicos, despachos, protocolos, correspondências oficiais e emails, teve um dia diferente, como disse a Pequena: um dia não, um fim de tarde!

Confessou que o sanduiche estava assim meio murcho, mas o suco de goiaba (um dos preferidos) estava divino! Como exagera! Mas sim, talvez estivesse mesmo!

Como disse: Queria o romantismo do dia, e conseguiu! Apesar de ser segunda feira, questionava-se: Quem decretou que segunda feira é apenas dia de trabalhar, em que não se pode ser feliz?

Sim, ela tinha razão... (graças a vc)

Então, dos atos, vamos a alguns deles:
Sobre a fotografia que não tirara: Sim, projetou a imagem em três planos, mas infelizmente não tinha a cam. Primeiro a margem, o pescador despercebido íntimo do rio, e por fim o pôr do sol... Embora, não a concretizou em pixels, mas com certeza, poderá dizer que o fez na alma. Já o pescador, não estava ali no rio apenas por estar... Tinha sim um motivo nobre que com certeza daria ainda mais valor a tal imagem... Seu objetivo era buscar ali, naquele rio que como poucos conhecia, o que mais tarde animaria a festa de grupo de transeuntes, que comemorariam o aniversário de um deles. Um presente simples e honrado, de um pescador.
Depois da cena que não conseguiu capturar, voltou-se então a um grupo de patos que por ali estava. Os patinhos vinham sorrateiramente, nadando numa água que já foi corrente e que de vez em quando assusta com algumas marolinhas, dessas umas fatais outras não. Despercebidos os tais patinhos esbarraram na cerca d’água, que segundo os que a colocaram lá, deveriam barrar as piranhas, mas que agora interrompia a passagem dos patos...
No entanto, o mais interessante não foi isso! Mas, o ritual que aconteceu em seguida... Todos os patos voaram então por cima da cerca, exceto três deles. Dois deles atravessam a cerca por um buraco e outro ficou a observar o ritual que se seguia entre o casal além da cerca... Sobre esse ritual, a pequena não quis assim dar detalhes, ficou a meditar e revelou que conseguira entender vendo o ritual como algumas relações humanas de fato acontecem e de como podemos torná-las hipócritas. Por um momento entristeceu-se, mas não valeria a pena, aliás, o pôr do sol que por ali estava não merecia nenhum vestígio de tristeza...
Então sorriram... sorriram e observaram o pôr do sol.
Pensou nesse dia antes de dormir, como único, devido às imagens, a companhia :), as percepções e conclusões que obtivera...

Um comentário:

Elaine Barnes disse...

Uma beleza de texto. Realmente as pessoas tem a importância que damos a elas. O dia terá a alegria que queremos e desejamos se estivermos disponíveis a viv~e-lo com otimismo. A realidade somos nós que criamos, boa ou ruim.Somos responsáveis pela nossa segunda feira e decidimos se os problemas serão administrados e resolvidos ou apenas lamentados e arrastados. Montão de bjs e abraços